sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Um estranho no ninho

Um dia eu amei
Amei sem limites, amei sem pudor, amei por mim e por todos.
Um dia eu amei,
Amei a vida. O começo, o meio, temendo o fim.
Um dia eu amei,
Amei o novo, o velho, o útil e o inútil.
Um dia eu amei,
Amei o sol que sempre me encheu de esperança e felicidade,
Amei a noite que sempre me pareceu misteriosa e surpreendente,
Amei a chuva, como se cada gota que tocasse minha pele,
lavasse minha alma minha alma cheia de incertezas.

Um dia eu amei,
Amei intensamente, amargamente, literalmente,
com o intuito de simplesmente fazer alguém feliz.
Um dia eu amei,
Amei cada lágrima caída,
cada adeus na partida,
cada pedaço do espaço.
Um dia eu amei,
Amei você, amei a mim,
amei a todos como se jamais fosse ter um fim.

Hoje eu chorei,
Chorei sem saber ao certo o motivo.
Chorei sem para até perder o juízo.
Hoje eu chorei,
Chorei de alegria ao perceber que,
até na tristeza existe beleza.
Hoje eu chorei,
Chorei calado, no estranho vazio de mim mesmo.
Chorei pela vida que se esvai a esmo.

Um dia eu sofri,
sofri as mazelas do mundo,
me senti imundo,
ao perceber que amei sozinho,
chorei no caminho,
sofri por ser apenas, mais um estranho no ninho.
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